VOLKSWAGEN CONFIRMA QUE CARROS 2016 A GASOLINA TAMBÉM FORAM FRAUDADOS


Volkswagen Golf Variant 2016 (Foto: Volkswagen)

Até então, apenas propulsores movidos a diesel teriam sido equipados com um
 software que burla os testes oficiais de emissões. O equipamento é capaz de identificar quando o carro está rodando em condições normais e quando está em testes. No laboratório, automaticamente reduz a quantidade de gases poluentes emitidos.A Volkswagen confirmou na última semana que também fraudou os níveis de consumo e de emissões de CO2 de pelo menos 430.046 carros ano/modelo 2016. Entre estes, há modelos equipados com motor a gasolina. Esta informação foi divulgada na última sexta-feira (13), uma semana depois de o Ministro dos Transportes da Alemanha informar que investigações apontavam que pelo menos 98 mil motores a gasolina haviam sido fraudados.
Em comunicado, a Volkswagen explicou que 430.046 carros diesel e gasolina de diversas marcas do grupo apresentaram “dados de emissão de CO2 inverossímeis”. O número total de unidades 2016 pode subir para 800 mil conforme as investigações avançam, durante os próximos dias.

Entre os carros listados, está o Golf TFSI, único modelo dalista vendido por aqui em configurações semelhantes às da Europa, equipando a versão apimentada GTI. No entanto, até o momento não há informações de que esses carros também foram fraudados no Brasil. Apenas a
 Amarok diesel 2011 e 2012 foi equipada com o software que altera as emissões. No total, 17.057 unidades terão que passar por recall no começo de 2016 “para retirar o dispositivo”, informou o Procon. O órgão de defesa do consumidor também multou a empresa em R$ 8.333.927,79.Carros fraudados inclui Golf GTI
A lista de carros afetados inclui dois modelos da Audi (A1 e A1 Sportback, ambos com motor diesel TDI), seis da Seat (com motores diesel TDI e gasolina TSI e TFSI), nove da Skoda (sempre com motores diesel TDI) e quinze da Volkswagen (Polo, Polo PA1, Tiguan, Jetta, Scirocco, Golf Cabriolet, Golf, Golf Variant, Golf Sportsvan, Touran, CC, Passat, Passat Variant, Caddy e T6, com motores gasolina TSI e TFSI e diesel TDI).
Audi A1 2015 (Foto: Divulgação)
Dióxido de carbono e consumo
A confirmação representa um novo e importante capítulo no escândalo da fraude de emissões em carros da gigante alemã. Não só porque os carros a gasolina também foram fraudados, mas porque, até então, a Volkswagen havia confirmado que seus carros emitiam menos óxidos de nitrogênio (NOx) durante os testes, especialmente o dióxido de nitrogênio (NO2). Agora, a empresa confirma que alguns de seus carros emitiam menos dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Os óxidos de nitrogênio são considerados gases prejudiciais à saúde, enquanto o dióxido de carbono é um dos principais vilões do efeito estufa.
Impostos adicionais
As autoridades fiscais dos países em que foram vendidos carros fraudados estudam a possibilidade de corrigir impostos cobrados por eles. Isso porque alguns mercados taxam os carros de acordo com os níveis de emissões. Como a Volkswagen fraudou os testes oficiais, os veículos foram taxados de acordo com índices menores.
Para evitar ainda mais prejuízos à sua imagem, a empresa também afirmou que “dialoga com as respectivas autoridades financeiras e fiscais para que todos os impostos decorrentes das emissões de CO2 sejam cobrados do grupo Volkswagen e não dos consumidores”.
Motor TDI diesel da Volkswagen (Foto: Divulgação)
Entenda o caso
Desde meados de setembro, a Volkswagen tenta contornar a maior crise de sua história. Isso porque a EPA, órgão norte-americano que fiscaliza as legislações ambientais, identificou que 11 milhões de carros da empresa equipados com motores 1.2, 1.6 e 2.0 turbodiesel da família EA 189 contam com um software que diminui o nível de emissão de poluentes durante os testes regulatórios. Assim, a Volks informava às autoridades que seus carros emitiam menos gases tóxicos do que acontecia na realidade. No final de outubro, aVolkswagen do Brasil confirmou que o motor 2.0 diesel da picape Amarok vendida no Brasil também foi fraudado e anunciou uma campanha de reparo para o início de 2016.
O escândalo levou à renúncia do então CEO do grupo, Martin Winterkorn, e a um corte de 1 bilhão de euros por ano nos investimentos do grupo. Estimativas apontam que o escândalo custará à empresa mais de R$ 28 bilhões.
Em outubro, a EPA anunciou que os motores 3.0 da Volkswagen, Audi e Porsche também estão envolvidos no esquema de fraude de emissões de poluentes. Segundo comunicado, as empresas teriam fraudado mais 10 mil carros além do que se tinha conhecimento até então. O grupo Volkswagen emitiu nota negando que os motores 3.0 em questão também tenham sido fraudados.
Já em novembro, o presidente do conselho da Porsche e novo CEO do Grupo Volkswagen, Matthias Müller, anunciou que mais 800 mil carros do grupo foram fraudados. Segundo a Agência EFE, o Ministro dos Transportes da Alemanha, Alexander Dobrindt, informou que desse total, 98 mil são equipados com motor a gasolina. Até então, a Volkswagen havia explicado que apenas motores diesel contavam com o software que manipula as emissões.

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